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Até o Dossiê-Bufunfa está otimista?

Posted in Atualidades by Raul Marinho on 10 abril, 2009

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O blog The Wealth Report – que, numa tradução livre, poderia ser chamado de dossiê-bufunfa – tem por especialidade tripudiar sobre os loiros de olhos azuis ultra-endinheirados na atual crise econômica, mostrando como o bicho está pegando para o lado dos ricos. Nos últimos seis meses, seu autor, Robert Frank (que escreveu um livro excelente sobre o comportamento dos bilionários, o “Riquistão”), tem sido especialmente sarcástico com as notícias do dia-a-dia da crise. Por isso, as notícias desse blog nunca são otimistas, pelo contrário: a mensagem sempre é algo na linha do “não vai ficar assim não, vai piorar muito ainda”. Pelo menos assim era há até pouquíssimo tempo. Ontem, o Frank publicou um post otimista sobre o tema, que merece destaque pela sua raridade. O destaque é para o aumento dos indicadores de confiança dos investidores endinheirados, que esperam recuperação em seis meses. É lógico que os ricos nem sempre estão certo – tanto é que foram eles quem mais perderam na crise atual -, mas somente o fato deles estarem mais propensos a consumir e investir mais já é um bom sinal, já que isso pode deflagrar um círculo virtuoso na economia.

Assassinaram a lógica

Posted in Atualidades, banco, credito, crise de credito, crise financeira, risco by Raul Marinho on 8 abril, 2009

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A atividade bancária clássica – tomar dinheiro dos investidores e repassá-lo aos tomadores via empréstimos – tem uma longa história de conservadorismo e bom senso. Mas na euforia financeira ocorrida logo antes da eclosão da atual crise econômica global, o mercado simplesmente enlouqueceu, concedendo empréstimos sem nenhum critério, que agora vêm à tona. Uma dessas excentricidades foram os “art loans”  (“empréstimos de arte”), para aquisição de obras de arte, que chegaram a cerca de US$3bilhões em 2007. Agora, com a crise, esses empréstimos estão virando pó, uma vez que o valor das obras de arte derreteu quase completamente. Leia mais sobre isso aqui, no The Wealth Report (para variar).

A era do trilhão

Posted in Atualidades by Raul Marinho on 3 abril, 2009

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O Obama fala em gastar US$1trilhão no pacote de ajuda à economia dos EUA, e o G-20 já está na casa dos US$5trilhões, mas nada se iguala à cifra citada pelo Robert Frank, do blog The Wealth Report. Segundo ele, as perdas dos ricos com a crise chega a inimagináveis US$10.000.000.000.000,00 – ou dez cédulas iguais à da foto acima. Mais, aqui.

RL=C+ΔP

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Nesse post sobre a pós-crise, começamos a falar sobre o problema do consumismo epidêmico (que chamo de boletite), sua relação com a gênese da crise atual, e como fazer para evitar que crises como a que o mundo passa atualmente ocorram novamente. Neste, veremos que tudo se reduz a uma equação bem simplezinha, mais ou menos como a famosa E=m.c² do Einstein, que explicava a relatividade com somente 3 variáveis:

RL=C+ΔP, onde:

*RL: renda líquida auferida em um determinado período;

*C: consumo neste mesmo período; e

*ΔP: aumento ou diminuição da poupança líquida no período (P1-P0)

Ou seja:

Tudo o que uma pessoa obtém de rendimentos em um determinado ano é equivalente ao que essa pessoa consumiu neste mesmo ano mais a variação verificada em seus investimentos (diferença entre os saldos em 01/01 e 31/12 daquele ano). Se eu ganhei $100mil em 2008 e aumentei minha poupança em R$20mil, concluo que meu consumo foi de R$80mil. Simples assim.

Quando o Malloch Brown (vide artigo do Clóvis Rossi no post sobre a pós-crise) fala sobre “uma nova visão de futuro de um mundo menos conduzido pelo consumismo”, isso significa que teremos de encontrar maneiras de diminuir a boletite, a tendência das pessoas a consumir exageradamente. Já se tentou isso antes várias vezes, e nunca se conseguiu muito sucesso, como no malfadado exemplo do comunismo soviético, e no cristianismo. No fim, as pessoas sempre encontram formas de burlar as regras para ostentar um padrão de consumo superior ao dos seus pares, isso é um comportamento esperado para indivíduos da espécie H.sapiens.

Entretanto, se mudarmos a tributação, da renda para o consumo, haverá um forte estímulo para que as pessoas destinem parcelas cada vez maiores de sua renda para a poupança, evitando uma epidemia consumista. Basta manipular a fórmula: se RL=C+ΔP, então C=RLΔP; assim, se a tributação incidir sobre a diferença entre entre a renda e o aumento da poupança, quanto mais se poupar menos imposto se pagará. Esta seria, então, a fórmula mágica do mundo pós-crise.

(Essa não é uma proposta minha, e também não se trata de nenhuma novidade. Ela aparece no capítulo final de “Luxury Fever – Money and happiness in an era of excess” – foto acima, um livro de 1999 do Robert H. Frank).

O pós-crise

Posted in Atualidades, crise financeira by Raul Marinho on 31 março, 2009

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Há um ano, publiquei um artigo no portal administradores.com sobre a boletite, que é o consumismo epidêmico por que passávamos na época, logo antes da crise econômica atual chegar para ficar. Na verdade, o primeiro estágio da crise, o problema dos subprimes, já estava acontecendo, e eu dizia naquele artigo que a sua causa era justamente a boletite que impelia as pessoas a consumir casas cada vez maiores e mais caras.

Alguns meses depois, dei uma palestra sobre o assunto, e propus uma estratégia de combate à boletite baseada numa mudança radical na política tributária das pessoas físicas, hoje focada na renda das pessoas. A idéia é desonerar a parte da renda direcionada à poupança e sobre-onerar a parcela destinada ao consumo, o que faria com que a sociedade ficasse mais saudável em termos econômicos e evitaria a ocorrência de uma corrida consumista insana, a causa original da atual crise econômica. Logo depois, a crise econômica se agravou, o Lula saiu falando para todo mundo comprar TV de plasma a prestação, e ficou impossível continuar com esse debate.

Agora, às vésperas da reunião do G-20, o combate à boletite está voltando ao centro da cena. Veja a coluna do Clóvis Rossi de hoje (logo abaixo). Volto a esse assunto depois.

Além da bruma da crise

Por fim, na vertigem da crise, algumas vozes do establishment começam a olhar além e a tentar adivinhar -ou desejar- como seria o mundo pós-crise.
Uma das vozes atende pelo nome de Luiz Inácio Lula da Silva e diz, em artigo ontem publicado pelo “Le Monde”, que, “mais grave que uma crise econômica, estamos diante de uma crise de civilização. Ela exige novos paradigmas, novos modelos de consumo e novas formas de organização da produção”.
Concorda com ele relatório da Comissão de Desenvolvimento Sustentável, instituto independente de assessoria do governo britânico, que procura separar “prosperidade” de “crescimento”. O texto pede aos governos para “desenvolver um sistema econômico sustentável que não se apoie em um consumo sempre crescente”.
Reforça Malloch Brown, o principal negociador britânico para a cúpula do G20: “Veremos [após a crise] uma recalibrada no estilo de vida, toda uma nova visão de futuro de um mundo menos conduzido pelo consumismo, talvez com o acréscimo de um mundo no qual o poder tenha sido algo mais bem distribuído”.
Fecha o circuito Pascal Lamy, diretor-geral da Organização Mundial do Comércio e um funcionário internacional ao qual se é obrigado a prestar atenção pela qualidade de suas análises: “O modelo de capitalismo que conhecemos nos últimos 50 anos não se sustenta. A questão fundamental é saber se há que readaptar, arrumar ou reformar o capitalismo ou se é preciso ir além, ser mais profundo nas mudanças e ir mais fundo nos retoques”. Completa: “Creio que não temos que nos satisfazer intelectualmente com o horizonte atual do capitalismo”.
Bem-vindos todos ao clube do “outro mundo é possível”. Mas palavras só não bastam. Vocês que são todos “insiders”, que tal reconstruir a civilização?

Deportados do Riquistão

Posted in Atualidades by Raul Marinho on 19 março, 2009

Crises econômicas levam a enormes ondas migratórias, isso não é de hoje. Foi assim que italianos e japoneses acabaram vindo parar em São Paulo, e muitos europeus foram tentar a vida em Nova York no início do século XX. Agora, a atual crise está gerando um enorme movimento migratório no Riquistão, de acordo com esse post do The Wealth Report, só que em sentido inverso: as pessoas estão deixando o país (não por vontade própria, na verdade, estão sendo deportadas).

É bem verdade que muitos riquistaneses eram “imigrantes clandestinos” – em outras palavras: estavam no Riquistão com dinheiro emprestado -, mas a maioria simplesmente “perdeu o visto de permanência” na crise. A imagem mais dramática dessa deportação é a dos carros de luxo abandonados no aeroporto de Dubai por pessoas que não têm mais condições de mantê-los e de se manter por lá:

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Riquistão & The Wealth Report

Volta e meia eu falo aqui sobre o Riquistão (foto acima) e o The Wealth Report, e toda vez eu tenho que explicar o que é. Por isso, resolvi publicar esse post de referência sobre o assunto.

Em 2003, o jornalista Robert Frank, do Wall Street Journal, estava escrevendo um artigo sobre os bônus pagos por grandes corporações nos EUA, quando percebeu que os milionários estadunidenses estavam crescendo a uma taxa alarmante, tendo praticamente dobrado desde 1995. Foi aí que ele teve o insight que acabou se tornando um livro, “Riquistão – Como vivem os novos-ricos e como construíram suas megafortunas“, publicado no Brasil em 2008 pela editora Manole (nos EUA, saiu em 2007 com o título “Richistan”) e um blog, o The Wealth Report, hospedado no mesmo WSJ.

A sacada do Frank foi que havia tanta gente com patrimônio superior a US$1milhão nos EUA (aproximadamente 10 milhões de lares!!!), e essa gente tinha um comportamento tão diferente da média, que eles formavam um país imaginário dentro dos EUA – e o nome desse país seria Riquistão, o título do livro. O Riquistão estaria dividido em 4 regiões, de acordo com o patrimônio de seus habitantes:

1- O Baixo Riquistão, que fica na periferia do país, e faz fronteira com a classe média:

-Patrimônio líquido familiar: entre US$1milhão e US$10milhões

-População: 7,5 milhões de lares

-Valor médio da residência principal: US$810mil

-Valor médio de alguns bens adquiridos: relógios-US$2,1mil, carros-US$44mil, jóias-US$9,2mil, serviços de spa-US$5,3mil.

2- O Médio Riquistão, cujos habitantes já começam a ostentar padrões de consumo extravagantes:

-Patrimônio líquido familiar: entre US$10milhões e US$100milhões

-População: 2 milhões de lares

-Valor médio da residência principal: US$3,8milhões

-Valor médio de alguns bens adquiridos: relógios-US$71mil, carros-US$158mil, jóias-US$126mil, serviços de spa-US$42mil.

3- O Alto Riquistão, um lugar bastante exclusivo no país, frequentado por celebridades, altos executivos e grandes empresários:

-Patrimônio líquido familiar: entre US$100milhões e US$1bilhão

-População: alguns milhares de lares

-Valor médio da residência principal: US$16,2milhões

-Valor médio de alguns bens adquiridos: relógios-US$182mil, carros-US$311mil, jóias-US$397mil, serviços de spa-US$169mil.

4- Billionaireville, um reduto exótico encrustado no meio do país, habitado somente por quem ostenta um patrimônio líquido familiar acima de US$1bilhão – ou seja: está na lista da Forbes. Eram somente 13 famílias em 1995, e em 2006 chegaram a 400. Veja esse trecho tirado do livro para entender quem são os habitantes do Billionaireville:

“Tim Blixseth, bilionário magnata do setor de construção e dono de resorts, contou-me a respeito de uma ocasião em que um multibilionário chegou em sua propriedade, onde tem um campo de golfe particular, e, após 18 holes, disse-lhe que havia gostado tanto do local que queria comprá-lo. Entregou a Tim um pedaço de papel com sua oferta: US$400milhões. Tim recusou a proposta, mas não sem se espantar com o ponto ao qual um desejo poderia levar um comprador impulsivo. ‘Agora, esse cara…’, declarou Blixseth, “…esse era rico”.

Pois é, o Billionaireville é habitado somente por esses caras.

Tanto o livro Riquistão quanto o blog The Wealth Report são particularmente interessantes para quem acha divertido acompanhar o comportramento dos muito ricos (o Frank foca os habitantes do Alto Riquistão e do Billionaireville) – é mais ou menos como ler uma revista Caras levada às últimas consequencias, com a diferença que o Frank não puxa o saco dos ricos, pelo contrário, sua especialidade é a ironia e o escracho. Nesse sentido, o blog está particularmente divertido nestes  tempos de crise financeira global, que está afetando muito mais os ricos dos EUA que qualquer outro grupo social. E como quase todo mundo acha divertido ver rico se dando mal, é uma leitura imperdível hoje em dia.

Os bilionários, essa pobre gente

Posted in Atualidades by Raul Marinho on 16 março, 2009

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De novo, do The Wealth Report, blog do Robert Frank (autor de Riquistão) no The Wall Street Journal:

Conforme esperado, a lista dos bilionários da revista Forbes ficou mais enxuta no ano passado. Nela, apareceram apenas 793 pessoas, contra 1.125 no ano anterior. Estas são as más notícias. As boas? Bem… Elas não existem, na realidade – com exceção de que um grupo seleto de bilionários conseguiu mostrar lucros neste annus horribilis. Entre os vencedores:

* O prefeito Mike (Michael Boomberg, prefeito da cidade de N.York, para os não íntimos). Quem disse que o governo é ruim para as finanças? [Nota: esta é uma quase tradução literal do texto do Robert Frank, que escreve nos Estados Unidos. Lá, trabalhar para o governo não combina com enriquecimento. Se fosse no Brasil…]. O rei das informações financeiras aumentou sua fortuna em US$4,5Bi, chegando ao um patrimônio de US$16Bi. A revista Forbes não dá uma razão clara para esse aumento, dizendo somente que ela ocorreu devido a uma reavaliação de sua empresa depois que ele comprou a participação do Merrill Lynch na provedora de informações e notícias Bloomberg LP.

* John Paulson. O gestor do fundo hedge Advantage Fund obteve ganhos da ordem de 38%, dobrando sua fortuna para US$6Bi.

* Jim Simons. O gestor do fundo hedge Medallion Fund conseguiu um retorno de 80% no ano passado utilizando “algoritmos complexos”, o que deu a Mr. Simons um acréscimo de US$2,5Bi em seu patrimônio, que chegou a US$8Bi.

* Tadashi Yanai. O sujeito mais rico do Japão e sua família ganharam US$2,6Bi na sua rede de lojas de roupas Fast Retailing.

* George Soros. O rei da depressão e do apocalipse adicionou US$2Bi à sua carruagem de guerra e agora tem um patrimônio líquido de US$11Bi.

* John Arnold. O chefão com cara de moleque da Centaurus Energy ficou 80% mais rico no ano que passou, aumentando sua fortuna em $1,2Bi, chegando aos US$2,7Bi.

Então, o que o resto de nós pode aprender com estes vencedores? Na verdade, não muito. Ajuda muito ser um gestor de fundos hedge e ter a capacidade de prever com precisão a direção do mercado. E também ajuda investir no varejo de massas, tanto nos EUA quanto no resto do mundo. Mas se há uma certeza no que se refere à riqueza, ela é a que a estratégia que funcionou com sucesso neste ano provavelmente não vai funcionar no ano que vem.

O bilionário fantasma

Posted in Atualidades, credito, crise de credito, crise financeira, mercado financeiro, risco by Raul Marinho on 13 março, 2009

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A crise financeira atual não pára de trazer novidades. A última agora é a lenda do bilionário suíço. O negócio é o seguinte: um fundo de investimentos chamado Locke Capital Management, administrado por uma tal de Leila C. Jenkins, tinha um patrimônio de US$1,3Bi, sendo que US$1,2Bi seriam de um tal Mr. AM AG. Pois muito bem, a SEC agora descobre que esse Mr. AM AG nunca existiu, seu e-mail é falso, suas aplicações idem, e que tudo não passou de uma armação que captou ca de US$165Mi no mercado. Veja mais no The Wealth Report, blog do Robert Frank.

A “Lei do Tudo ou Nada” na prática

Posted in Uncategorized by Raul Marinho on 28 janeiro, 2009

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Tudo ou Nada” é um conceito  (e um livro) de Economia Comportamental do brilhante economista estadunidense Robert Frank, sobre mercados altamente “escaláveis” (de acordo com o outro brilhante escritor, Nicholas Taleb, de “A Lógica do Cisne Negro“).

Raramente aparece um exemplo tão claro de como funcionam estes mercados como o que a imprensa veicula hoje, sobre os desdobramentos do caso Madoff e o banco Santander – vide esta matéria do Estadão. Sem entrar no mérito do caso em si, chamo a atenção para o fato de que existe um escritório de advocacia especializado na recuperação de recursos – no caso, o Motta, Fernandes & Rocha Advogados. Desconheço o trabalho do esritório, assim como nenhum de seus advogados, empregados ou sócios é meu amigo, e não tenho interesse algum no seu sucesso ou no seu fracasso, a opinião apresentada é meramente ilustrativa (assim como as cifras e percentuais apresentados, inclusive os honorários). Vamos agora entrar no terreno das suposições.

Imagine-se um magnata que possui US$10milhões investidos no fundo gerido pelo Madoff no Santander. Você sabe que o Motta, Fernandes & Rocha está defendendo o interesse de outros 20 investidores, num total de US$200milhões. Por outro lado, o sobrinho do seu vizinho é um bom advogado, formado pela USP, com mestrado na FGV, com 15 anos de experiência em grandes escritórios de São Paulo, e que está indo bem com seu escritório próprio, que abriu com um ex-colega de faculdade há 5 anos. E, muito importante: ao contrário do Motta, que pediu 10% de honorários para lhe defender, o sobrinho do seu amigo aceita o caso por 5%. Veja bem: estamos falando de uma causa de US$10milhões, e a diferença de honorários entre o Motta e o sobrinho do seu amigo representa US$500mil. Qual dos dois você contratará?

Por mais que o sobrinho do seu amigo seja um sujeito cativante, inteligente, e mostre experiência em litígios do tipo – além de cobrar bem menos -, mesmo que o advogado que lhe atende no Motta seja arrogante e só fale o óbvio, você dificilmente deixará de contratar o segundo, apesar do preço mais alto. Sim, são US$500mil a mais de honorários, mas também são US$10milhões sobre a mesa, e você jamais arriscaria tanto dinheiro com um escritório desconhecido. No fim das contas, se o escritório líder perder a causa, pelo menos você “fez o que pode”; mas se o sobrinho do seu amigo fracassar, ficará a sensação de “por que eu fui dar de engraçadinho com tanto dinheiro!!!???”. É por isso que o Motto deverá ficar cada vez maior, e escritórios obscuros têm tanta dificuldade em se sobressair… Não é justo, não é legal, mas é assim que funciona essa tal de “Lei do Tudo ou nada”.

Agora é a hora de comprar seu supercarro!!!

Posted in Atualidades by Raul Marinho on 21 janeiro, 2009

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Você é um sujeito rico, que não teve suas finanças seriamente abaladas pela atual crise econômica, e sempre quis comprar um supercarro clássico – uma Ferrari, um Jaguar, uma Lamborghini??? Então o momento é agora!!! De acordo com o The Wealth Report, o blog do Robert Frank (autor de “Riquistão”), um carro destes pode ser comprado hoje por algo entrre US$50mil e US$150mil. É agora ou nunca!!!

Você está mais rico em 2009

Posted in Atualidades, Just for fun by Raul Marinho on 7 janeiro, 2009

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De acordo com esse post do The Wealth Report (blog do Robert Frank, autor de “Riquistão”, no The Wall Street Journal), os bilionários estão cerca de 30% mais pobres em 2009, em comparação a 2008. Ora, assim sendo, você (que, suponho, não é bilionário) está relativamente mais rico neste ano. Então…

Feliz 2009!!!

Como os ricos podem ser tão facilmente enganados?

Posted in Atualidades by Raul Marinho on 17 dezembro, 2008

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Já comentei aqui sobre o Robert Frank, o autor de “Riquistão”, e seu excelente blog no The Wall Street Journal, chamado “The Wealth Report” (algo como “O Dossiê dos Abastados”). Depois que a atual crise se instalou, o blog do Frank está cada dia mais hilário. O único problema é que ele é em inglês, então eu resolvi traduzir o post abaixo para que os leitores não muito familiarizados com o idimoma bretão também possam se divertir um pouco com o problema dos ricos.

(Obs.: A tirinha do Calvin, acima, não está no post original do Frank, mas achei-a pertinente ao “modo americano-rico de pensar”

Como é que investidores abastados podem ser tão cegos?

Digamos que você seja um investidor de risco bilionário, e que seja abordado por um cara chamado John P. Rogers. O último empreendimento dele, um grupo de quiropráticos clínicos em Minnesota, afundou num mar de ações legais. Ele já foi preso duas vezes por questões domésticas e fichado uma vez por uso de cocaína.

Digamos que ele queira alguns milhões de dólares de você para um novo empreendimento relacionado à “identificação biométrica”. Você deveria investir o dinheiro nele?

Bem, aparentemente, Ron Burkle o fez. Juntamente com Gordon Getty e uma penca de outros californianos abastados. De acordo com o jornal “The San Francisco Chronicle”, o sr. Rogers captou US$340milhões dos investidores. Hoje, sua companhia chamada “Pay By Touch” está falida e os milhões se foram, com os investidores metidos em ações legais que implicam em gastos extraordinários que estão queimando o capital destes à taxa de US$8milhões/mês.

Então, aparece o caso mais recente, do Bernard Madoff, o simpático e respeitado titã dos investimentos financeiros e consultor. Os promotores dizem que ele ludibriou os investidores – a maioria deles indivíduos abastados – em vários bilhões de dólares.

Havia muitas bandeiras vermelhas voando por sobre a firma nos últimos anos, a começar pelo minúsculo e injustificável porte dos auditores da firma de Madoff, que funcionava em um escritório de 4m por 6m na comarca de Rockland, Nova York. Alguns investidores viram um alto potencial para fraudes e se negaram a investir. Mas muitos outros investidores ricos – dos clubes de campo da Flórida em Palm Beach e Boca Raton às pistas de esqui em Aspen, Colorado – confiaram no sr. Madoff com altas somas de suas riquezas.

Como os ricos podem ser tão facilmente enganados?

Para alguns, os investimentos hoje em dia são muito complicados. Os ricos não têm tempo para investigar as histórias e o passado pessoal de todos os seus gestores de investimentos. Mais do que isso, os altos lucros são suficientes para cegar qualquer um quanto aos sinais de alerta.

Ocorre que o maior fator que influencia os investidores abastados a serem depauperados é a confiança na recomendação de seus amigos. No caso Madoff, muitos dos investidores acabaram investindo porque todos os seus amigos no clube de campo estavam falando sobre seus lucros. Mas os clubes de campo deveriam ser para jogar golfe, não para aconselhamento em investimentos.

Tudo isto prova que os ricos não são diferentes das outras pessoas. Eles podem ser ludibriados como qualquer outro. A única diferença é que eles perdem mais.

O amor é lindo

Posted in Atualidades, Livros (resenhas & comentários) by Raul Marinho on 27 novembro, 2008

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A foto acima é do casal Bernie (68 anos) e Slavica Ecclestone (24) – ele, magnata da F-1; ela, ex-supermodelo da Armani. De acordo com o blog do Robert Frank, The Wealth Report, os pombinhos estão se divorciando, e a sra. E está engordando sua conta bancária em quase US$2bilhões.

Se você também gosta das histórias dos super-ricos, leia o blog citado acima (somente em inglês) e/ou compre o excelente livro do Frank, Riquistão (vide imagem abaixo). Ambos valem muito a pena.

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